quarta-feira, abril 30, 2008

ESTOU (MUITO) DESCONFIADO

A minha confiança nos políticos anda muito por baixo, o que não é para admirar porque geralmente prometem um coisa e depois acabam por fazer o seu contrário, dando uma qualquer desculpa esfarrapada, que não convence ninguém. Em consequência disso os dados oficiais emanados de organismos tutelados pelo Governo também me deixam com a pulga atrás da orelha.

Segundo o INE, o indicador de confiança dos consumidores aumentou em Abril, interrompendo a tendência descendente que prevalece desde Novembro de 2006. Estranho o timing deste anúncio, feito precisamente no último dia do mês a que se refere o inquérito, que coincide precisamente com a data do 14º aumento dos combustíveis desde o começo deste ano.

Para baralhar um pouco mais a situação, a Comissão Europeia divulgou também o ESI (indicador de sentimento económico), também do mês de Abril, onde diz preto no branco que houve uma queda de confiança em Portugal, precisamente nos sectores da construção, retalho e indústria, e que o dos consumidores ficou estabilizado nos 43 pontos negativos, precisamente onde se encontrava há cerca de um ano.

Tecnicamente os dois estudos devem estar fundamentados em dados objectivos e absolutamente rigorosos, mas não podem é estar simultaneamente correctos, dado que apresentam conclusões opostas. Em que é que ficamos então, confiamos em relatórios, ou acreditamos na evidência que são os nossos pobres bolsos?

Imagem enviada pelo Ludo

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Humor do Goraz

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A Mosca em Fotos

(C.F.O.)

Андрей Романов

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Humor dos States

Richard Crowson

Ed Stein

segunda-feira, abril 28, 2008

E SE FALTAR O PÃO?

Nos últimos tempos foram muitos os que se dedicaram a escrever sobre o aumento dos preços do pão, e dos cereais, relacionando ou não este aumento à produção de biocombustíveis.

A preocupação com estes aumentos começa a tornar-se visível ao nível dos próprios governos embora nem a esse nível surjam explicações convincentes sobre as causas desta súbita carestia. Tal como o petróleo e as matérias-primas, também os cereais se tornaram alvo do movimento especulativo bolsista, numa altura em que o crescimento económico abrandou e a crise dos mercados se instalou.

A tal lei da oferta e da procura, tão querida a alguns ditos liberais, não existe de facto, ou pelo menos pode ser facilmente manipulada, bastando para tal que a especulação se instale nos sectores e comece a distorcer o real valor dos produtos. De facto não há escassez notória de petróleo nem de cereais que explique esta grande subida de preços, mas todos sabem que sem alimentos e sem energia o mundo ficará ingovernável.

A sede do lucro fácil, leia-se especulativo, pode fazer muito mais mal à economia e à segurança mundial, do que todos os ditadores e terroristas juntos. Para já começamos a assistir ao bloqueio de exportações de alguns tipos de alimentos em diversos países do mundo, e isto irá conduzir, agora sim, à escassez de oferta, que se tornará tanto maior quanto maior for a pressão inflacionista no lado dos preços. Podemos estar perante uma das maiores ameaças à segurança mundial, e ainda há quem assobie para o lado como se nada estivesse a acontecer.

Archiduchess Maria Antonia of Austria, the later Queen Marie Antoinette of France, at the age of 12 years, daughter of Empress Maria Theresia of Austria and Holy Roman Emperor Franz I. Stephan of Lorraine, 1767-68, Schönbrunn, Foto de Martin van Meytens in Wikipédia
*
Frase atribuída a Maria Antonieta:
"Se não têm pão, que sirvam brioches"
Que escreveu isto numa carta dirigida à sua mãe:
"Tendo visto as pessoas nos tratarem tão bem, apesar de suas desgraças, estamos ainda mais obrigados a trabalhar pela felicidade deles".


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Fotos de Flores
F.L

Зыбало Ольга+Слава

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Humor de Biratan

Amante-ratoeira por Biratan

Bombeiro por Biratan

domingo, abril 27, 2008

SÓCRATES E O DISCURSO PRECÁRIO

Eu li ontem uma notícia da Lusa em que José Sócrates defendia que as propostas do seu Governo para rever as leis laborais iriam desincentivar as empresas a recorrer aos recibos verdes e aos contratos precários. Concretamente disse “os que utilizam o recibo verde para disfarçar uma relação laboral vão ser confrontados com a necessidade de mudar para outro tipo de contrato” e também que a suas propostas “vão no sentido de combater a precariedade” e “valorizar na sociedade as relações laborais sem termo”.

Não compreendo estas afirmações porque ao que sei, uma das medidas propostas é a de taxar em cinco por cento as empresas que tenham trabalhadores independentes, o que é uma forma de legalizar o que é hoje ilegal, embora seja uma prática habitual. O próprio Estado, segundo foi dito na Assembleia da República e não desmentido terá cerca de 170.000 pessoas em situação precária, e muitos deles estão a recibos verdes.

A pergunta que se coloca é muito simples: o que é que o senhor 1º ministro se propõem fazer com os trabalhadores nestas condições, que estão ao serviço dos diversos ministérios? Vai penalizar os responsáveis pela sua contratação, vai pagar essa taxa de 5%, vai integrá-los nos quadros, ou vai pura e simplesmente despedir quem está a trabalhar nessas condições?

Afirmar a bondade das medidas propostas pode ser só propaganda, uma vez que perante casos concretos, José Sócrates disse, nada!

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Fotografias
Александр Атом

Пэри (Инна Меркиш)

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Humor Nacional

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Humor Internacional

Osmani Simanca

Mike Thompson

sábado, abril 26, 2008

CAVACO E O 25 DE ABRIL

Foi curioso ouvir Cavaco Silva referir que os jovens desconheciam o significado do 25 de Abril e que estavam completamente alheados da política nacional. Interessante também, é o facto de ter sido preciso pedir um estudo a uma Universidade para chegar a esta brilhante conclusão.

Ainda me recordo dos tempos em que Cavaco Silva era 1º ministro e tínhamos um país virado para o betão e para o alcatrão, em que a palavra sucesso era repetida em quase todos os discursos, e em que Manuela Ferreira Leite até foi ministra da Educação. A economia, as grandes obras e o sucesso eram as palavras de ordem.

Tal como tem vindo a acontecer agora com José Sócrates, também a Educação e a Cultura sofreram cortes. O resultado está à vista, o ensino está como está e a cultura é hoje um obscuro ministério. Será que não era evidente para Cavaco Silva que o resultado destas políticas só podia ser o desconhecimento e o alheamento dos nossos jovens? O futuro do país será penalizado por estas opções.

Numa coisa o Presidente tem razão: o 25 de Abril continua por realizar. Mas já era assim no tempo em foi 1º ministro, e também então, não deu por isso. Afinal ao olhar para Sócrates, Cavaco vai começando a aperceber-se da realidade.

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Flores e Borboletas
robo

robo

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Humor e Fome

Simanca Osmani

Derkaoui Abdellah

sexta-feira, abril 25, 2008

POEMA DE ABRIL


Queixa das Almas Jovens Censuradas

Natália Correia

Dão-nos um lírio e um canivete

e uma alma para ir à escola

mais um letreiro que promete

raízes, hastes e corola

*
Dão-nos um mapa imaginário

que tem a forma de uma cidade

mais um relógio e um calendário

onde não vem a nossa idade

*
Dão-nos a honra de manequim

para dar corda à nossa ausência.

Dão-nos um prêmio de ser assim

sem pecado e sem inocência

*
Dão-nos um barco e um chapéu

para tirarmos o retrato

Dão-nos bilhetes para o céu

levado à cena num teatro

*
Penteiam-nos os crânios ermos

com as cabeleiras das avós

para jamais nos parecermos

conosco quando estamos sós

*
Dão-nos um bolo que é a história

da nossa historia sem enredo

e não nos soa na memória

outra palavra que o medo

*
Temos fantasmas tão educados

que adormecemos no seu ombro

somos vazios despovoados

de personagens de assombro
*
Dão-nos a capa do evangelho

e um pacote de tabaco

dão-nos um pente e um espelho

pra pentearmos um macaco

*
Dão-nos um cravo preso à cabeça

e uma cabeça presa à cintura

para que o corpo não pareça

a forma da alma que o procura

*
Dão-nos um esquife feito de ferro

com embutidos de diamante

para organizar já o enterro

do nosso corpo mais adiante

*
Dão-nos um nome e um jornal

um avião e um violino

mas não nos dão o animal

que espeta os cornos no destino

*
Dão-nos marujos de papelão

com carimbo no passaporte

por isso a nossa dimensão

não é a vida, nem é a morte


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Fotos de Flores
Recebida por mail

seminol florida

русская_голубая

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Humor Internacional

Bob Englehart


M. e. Cohen

quinta-feira, abril 24, 2008

TRATADO DE LISBOA - A INDIGNAÇÃO

Ontem o Parlamento português aprovou o Tratado de Lisboa com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS. Segundo as notícias veiculadas pelos órgãos de informação, os deputados do PS e do PSD aplaudiram de pé a aprovação da proposta do Governo.

Escusado será dizer que estou indignado com a atitude destes deputados da Nação, de quem eu esperava, no mínimo, que respeitassem os compromissos eleitorais. Sei que muitos dirão que era esperar muito destes senhores, mas eu continuo a pensar que a política merecia ser exercida por pessoas que soubessem honrar a sua palavra.

Porque a memória dos portugueses é curta, e a leitura não é um hábito verdadeiramente enraizado, deixo aqui umas frases compiladas de outros lados:

«Não apoia nem tem a mínima simpatia pela União Europeia. Ela ofende o seu espírito patriótico e o seu ideal de Pátria. Insurge-se contra a ideia da subserviência às ordens de uma Europa sem valores, incapaz de entender um povo que nela sempre os teve… è o repúdio de um poeta português pela irresponsabilidade com que meia dúzia de contabilistas lhe alienaram a soberania (…) e Maastrischt há-de ser uma nódoa indelével na memória da Europa

Sobre Torga e com palavras suas.

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Fotos Coloridas
HoryMa

KSLight

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Humor Internacional

Julian Pena-Pai

Julian Pena-Pai

quarta-feira, abril 23, 2008

DESCER À CAPITAL, E ARREDORES

Por imperativos de trabalho tive de deslocar-me hoje a Sintra, coisa que já não fazia há algum tempo, e tinham-me incumbido de passar por Queluz para entregar uma encomenda o que eu já calculava, me iria atrapalhar um bocado. Até ao final CREL, junto à saída de Queluz, tudo correu bem, mas o calvário começou logo depois.

Rotundas manhosas e umas alterações de trânsito, que eu não conhecia, obrigaram-me a quase entrar na Amadora, mas lá encontrei uma saída que me conduziu à “famosa” IC-19. Olhei em frente e que grande via com tantas faixas de rodagem, ainda que repleta de automóveis. Passei outra vez pela entrada de Queluz, ali junto ao Palácio e logo me deparo com uma enorme fila. Eram 10 horas da manhã, mas aquilo estava cheio.

Depressa descobri que o tal IC tinha acabado, pelo menos enquanto via com muitas pistas, e estreitava-se para apenas duas, onde dificilmente caberiam dois pesados lado a lado. Os cerca de doze quilómetros até Sintra foram penosos e demorados. Cheguei lá cerca de 28 minutos depois.

Julguei que a minha saga tinha terminado, mas estava redondamente enganado. Fui direito à Piriquita para beber um café e comer um travesseiro, e estacionamento era mentira. Voltas e mais voltas, lá encontrei um estacionamento, pago claro está. Um euro depois, cerca de uma hora e pouco, rumo à Praia das Maçãs para ir ao escritório dos meus sócios. Tentei ir por Monserrate e Seteais, mas eis que umas placas me dissuadem, pois o trânsito estava cortado um pouco à frente. Volto para trás e depois de mais umas voltas, pergunto por um caminho para o meu destino, indicaram-me que descesse perto do Hotel Tivoli e que na linha do eléctrico seguisse para a minha esquerda. Assim fiz, mas a cerca de cento e cinquenta metros, um desvio e dois GNR que com uma simpatia de caserna me disseram que eu tinha ignorado um aviso um pouco antes, e que se queria ir para as praias que seguisse as setas indicativas.

Porreiro, bastava voltar para a entrada de Sintra, mas agora eu estava quase perdido. Lá rumei até à entrada de Sintra e toca a seguir a indicação. Eu devo ser mesmo burro, pois fui dar novamente à estação ferroviária e nada. Parei e toca a perguntar a um taxista, que entre direitas e esquerdas já ía numa boa dezena delas, e eu sem perceber. Vai daí tirei de 20 euros, e pedi encarecidamente ao senhor taxista que me levasse até à estrada das praias, que eu até conhecia bem o caminho junto à linha do eléctrico. Solícito lá cedeu e partiu à minha frente e depois de um engarrafamento brutal numa zona, também esta, em obras, lá conseguimos em 25 minutos, chegar a uma rotunda onde ele após uma breve paragem me indicou finalmente a estrada das praias.

Não me julguem apressadamente, afirmando que eu não tenho GPS, porque a “carroça” até está equipada com um gingarelho desses e actualizado, mas as indicações que ele me dava é que não eram pelos vistos as correctas. Eu acho que o senhor Dr. Fernando Seara se esqueceu de que muitos dos visitantes desta Vila de Sintra, ou são estrangeiros ou pelo menos vêm de fora. Juro que nem consigo entender como é que estava tanta gente lá no Centro Histórico, mas também coitados, se tiverem que dar estas voltinhas todas para encontrar o seu rumo, talvez nunca mais cá queiram voltar.

Os meus sócios é que pagaram as favas. Vão dar-me guarida e lixam-se que me vão pagar o jantar, que é o castigo que lhes dou por me meterem nestas alhadas.

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Fotos Coloridas
Rose by Mariquez

The Butterfly Flower by *UKTara

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Humor Internacional

segunda-feira, abril 21, 2008

A RIGIDEZ DO MITO

O mercado do trabalho em Portugal tem-se caracterizado nas duas últimas décadas pela precariedade, assente num mito engendrado pelas confederações patronais, e sustentado pela ineficácia reguladora do Estado, que finge ter uma lei muito restritiva no que concerne aos despedimentos, mas que nada faz na prática para que ela seja cumprida.

Todos sabem, os trabalhadores, os patrões e os governos, que a grande maioria dos contratos a prazo não são motivados por necessidades transitórias das empresas, mas sim para atender a necessidades permanentes, e que muitos dos recibos verdes existentes não configuram aquisições de serviços, mas sim trabalho com horários definidos e com subordinação hierárquica.

Governos e patrões estão enterrados em contradições, e chegamos mesmo a ouvir disparates como “devia ser tão fácil despedir como obter o divórcio”. Este jogo de sombras e mistificações dá uma imagem negativa dos empregadores, Estado incluído, que exploram impunemente quem trabalha nestas condições, ao mesmo tempo que tentam iludir a opinião pública com tretas como a de premiar o mérito, que por acaso só acontece com os grandes gestores, tropas de choque do grande patronato.

Tecnicamente, é insustentável a teoria da rigidez das nossas leis laborais, bastando para tal analisar comparativamente a volatilidade da taxa de desemprego em Portugal, para se perceber que a sua variação cíclica coincidente com os ciclos económicos só é comparável à dos países onde a legislação laboral é do mais flexível que há, como os Estados Unidos.

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Olhares - Goraz


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Pintura

roses by isikay

nature-84 by naturel26

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Humor Internacional

sábado, abril 19, 2008

ACIDENTES DE PERCURSO

Por motivos de ordem técnica, que é como quem diz uma MotherBoard avariada, estou aqui às aranhas para configurar a maquineta de estimação e a recuperar os dados do disco antes de o formatar, pelo que só devo estar operacional no domingo, se tudo correr como espero.

Hoje ficam aqui apenas as imagens que a Ritinha me enviou e o boneco do Goraz, que está por aqui a ajudar-me nesta tarefa, que está um pouco além das minhas capacidades. Valha-nos este portátil, que não é daqueles a que o Sócrates faz publicidade, mas sim um fiel instrumento de trabalho, que me acompanha quando me desloco.

Retrato da situação
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Fotos

Cassandra by *MichaelO

Death, Where Is Thy Sting? by *NinthTaboo

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Humor (ainda) Amarelo

Sack

Matson

quinta-feira, abril 17, 2008

A TEORIA DO CAOS

Morreu o pai da Teoria do Caos, Edward Lorenz, ficou o conceito científico por ele desenvolvido, também conhecido por «efeito borboleta».

A teoria estabelece que uma pequena mudança ocorrida no início de um acontecimento pode ter consequências imprevisíveis no futuro. Este meteorologista americano chegou a esta conclusão ao testar um programa de computador que simulava o movimento de massas de ar, quando propositadamente retirou algumas casas decimais aos números disponíveis para os cálculos, esperando que os resultados obtidos em pouco se alterassem, no entanto o que aconteceu foi que esta pequena alteração transformou completamente o padrão das massas de ar.

A imprevisibilidade demonstrada pelas equações de Edward Lorenz, demonstrou-se depois que eram verificáveis em quase todos os domínios. Curiosamente Benoit Mandelbrot, que desenvolveu os fractais (figuras geradas a partir de fórmulas que retratam matematicamente a geometria da natureza), acabou também por contribuir para demonstrar matematicamente que a Teoria do Caos está na essência de tudo, dando forma ao Universo.


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Paisagens Fotogénicas
vadira

Battle-Cruiser

webinteger

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Humor Perigoso

Stavro

Stavro